Quando eu era um pirralho, ia com minha mãe à feira livre e via como os feirantes embalavam frutas, verduras e legumes em folhas de jornal velho. Os feirantes de origem asiática “construíam” saquinhos de jornal, dobrados e colados com a “velha e boa Goma Arábica”. Diziam que passavam as noites “fabricando” os saquinhos que iriam usar no dia seguinte. E voltávamos para casa com o carrinho de feira carregado de produtos naturais, ecologicamente corretos, sem nos preocuparmos com esses “termos modisticos-enclichetados”.
Àquele tempo, havia os armazéns de secos-e-molhados, empórios, o mercado municipal e as quitandas próximas, tais como hoje. O pedido era feito (até por telefone) e o entregador nos trazia as compras em casa, sem despesas extras.
Aí, inventaram a palavra mágica:
SU-PER-MER-CA-DO!
Tudo se modernizaria: suas compras, muito mais rápidas; maior variedade de produtos; preços imbatíveis; atendimento incomparável; conforto e comodidade nas entregas, etc., etc., etc. ...
PROMOÇÃO DO DIA: Leve 3 e pague 2!
Frutas e legumes - 50% de desconto!
É SÓ HOJE!!!
De lá para cá, os tempos mudaram. E mudaram muito...
Quem foi que “inventou” que saquinho plástico daria um excelente saco de lixo?
Ora, se eles entopem bueiros e demoram 100 anos para se decompor, a responsabilidade é de quem os introduziu na cultura popular. Educar, para não precisar punir!
Não! Na hora de inventar, não tiveram o cuidado de planejar como seriam a entrada e saída do produto em nossas vidas, do ponto de vista ecológico. Resolveram um problema de curto prazo e arranjaram um problemão de longo prazo. É nisso que dá ser imediatista!
Outro fator relacionado, que vale a pena refletir: cadê os meninos que empacotavam nossas compras no supermercado?
Segundo a Lei, eles não podem trabalhar até os 16 anos e, até os 18, só podem ser contratados como menores-aprendizes. Ficar esmolando ou usando “crack” pode, né?!
Em vez de punirmos os jovens, estimulando-lhes a indolência (que os especialistas chamam de direito à infância), tirando deles o direito à dignidade do trabalho (que não mata) e do salário, que lhes dá orgulho de serem jovens produtores capazes, ajudando na economia familiar e dando-lhes a satisfação do poder de compra; vamos dar-lhes o direito ao trabalho honrado, de meio período, por exemplo, como empacotadores de compras nos supermercados. O outro meio período eles passam na escola, estudando. Afinal, os supermercados já repassam todos os seus custos, inclusive os sociais, para nossas compras, mesmo...
E nós estamos na campanha do “biodegradável”.
Essa “polêmica do saquinho de supermercado” é mais uma “cibernose” que nos estão impondo. Deve ser para desviar o foco de coisa muito maior. É só esperar, que a bomba chega logo!
Os argumentos deles são os mais enganadores. Nem perco o meu tempo para ouvi-los!
Já estamos sendo induzidos a não ler jornal em papel, para preservação da madeira; daqui a pouco, vamos ser “doutrinados” a pensar, sentir e agir (o que já estamos fazendo há muito tempo e não nos demos conta até hoje) segundo o que “eles” querem.
Cada conquista de uma camada da comunidade é para aumentar a vagabundagem!
Do programa Bolsa Família ao Estatuto da Criança e do Adolescente, todos são equívocos históricos; tudo estimula a indolência.
Minha esposa é do Serviço Público e faz contratações de mão-de-obra desqualificada (programa social). Quando o candidato vai assinar o contrato de trabalho, via de regra, pergunta se vai perder o “Bolsa Família”, caso assine. Quando fica sabendo que perderá a “boquinha”, desiste do emprego. Isso é ou não é um estímulo à vagabundagem?
Vamos criar a indústria do saquinho de jornal lido e goma arábica. São biodegradáveis, de baixíssimo custo e ecologicamente corretos!
E quem foi que disse que não estamos evoluindo?
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