Talvez, a dama do crime tenha seguido os passos do lorde das novelas policiais. Mesmo caminho, porem com o olhar em outros detalhes que escapavam à visão vitoriana.
A frieza com que Doyle, “vestido” de Holmes, propunha as razões que levavam ao cometimento dos crimes foi humanizada pela comoção das cenas descritas por Lady Agatha, através do raciocínio lógico, mas carregado de justificativas emocionais, de seus brilhantes detetives. No pensamento clássico de Conan Doyle, todo motivo é sórdido, o suspense alcança o limiar do terror; enquanto Christie mostra que, movido por uma causa, aparentemente, justa, qualquer um pode cometer um crime. Chega-se a cogitar, por exemplo, sobre a nobreza da vingança ou da defesa da honra.
Poder-se-ia dizer que Doyle teve como preceptores Sade e Sacher-Masoch; e Agatha deve ter se valido dos ensaios de Freud e Jung.
Um comentário:
Sou à favor da grande Lady Christie mas também desvalorizar Doyle seria uma imensa covardia e uma bestialidade por minha parte. Doyle possui uma "estrutura literária" racional e conclusiva , expondo somente o modo e feitio de seus assassinos descobertos por um dos maiores detetives Sherlock Holmes , usando sempre o método racional. Já Agatha possuí um formato mais envolvente , como a própria matéria fala, emotiva. Agatha traz algo muito presente em qualquer sociedade : a moral. Matando por algo ou por isto. Não culpo Doyle , pois a Era Vitoriana seria o equivalente a um Iluminismo que quase não ocorrei naquelas ilhas , e como Iluminismo ele trouxe os métodos científicos que maravilharam a sociedade britânia daquela época. Não podemos nos esquecer do envolvimento com a medicina que ambos tiveram , pois sem isso não teríamos cianureto , arsênio , ácidos e patologias em nosso Deuses do Suspense. Viva o Lorde e a Dama do Crime !
Vinícius (14 anos)
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