|
Lucélia Santos se divertindo no "Agora é que arde" |
Já que agora, na Terra Platanus Brasiliensis, o que faz sucesso na mídia é peito e bunda (preferências nacionais), o negócio foi explorar outro lixo, digo, nicho: humor apelativo de palavrório chulo e de personagens anti-heróis.
Foi uma brilhante sacada de produção televisiva essa de apostar no "quanto pior, melhor", mesmo porque os políticos dessa
terrinha de meu Deus acostumaram o povo dessa forma e fica mais palatável o Português de ponta de rua aos universitários que não sabem escrever o "O" nem com o copo, pois disseram pros pais deles que Educação era para todos (só não lhes explicaram que
instrução não era). Um bom exemplo é o programa do Danilo Gentili, pela Band, que de bobos não têm nada. O formato consagrado de "talk show", com o entrevistador à direita do vídeo, na sua bancada e o entrevistado, confortavelmente, sentado à esquerda. A versão, porém, investe na figura vulgar ou grotesca do anfitrião.
O entrevistador tem cara de babaca, faz perguntas babacas, piadas babacas, o que deixa o convidado bastante descontraído e com a nítida impressão de que não sabe o que foi fazer lá. Foi tudo uma grande gozação!
E o público? Aplaude, ora! Quer melhor? Faça você!
As "celebridades" vazias são o prato cheio para o Pânico; os "Manés" são o alvo ideal dos "Cassetas"; políticos imbecis dão a pauta, o texto e o roteiro, gratuitamente, ao CQC. O "material de trabalho" para esses programas fica mais farto a cada semana. Encontraram mais uma forma genial de ganhar dinheiro com um trabalho prazeroso.
Enquanto isso, rimos da própria desgraça e não nos damos conta do reflexo que tudo terá no futuro. Somos tão minimalistas que muitos dizem por aí: "Nem sei se estarei vivo amanhã. De que adianta ir contra a corrente?" Até nessa hora são comodistas e convenientes!
Então, é melhor fecharmos todas as portas e janelas, escondidos na nossa covardia.
Mesmo ciente da morte que se avizinha, minha consciência, meus dedos e meu teclado são as armas que disponho nesta guerra contra a ignorância idiótica!
AGORA é tarde; não adianta querer alcançar o tempo perdido. Como tanto a Piaf cantou: "Eu recomeço do zero!"